V FÓRUM DE SEGURANÇA PÚBLICA DE SÃO PEDRO DA ALDEIA DISCUTE A INTERVENÇÃO FEDERAL NA REGIÃO DOS LAGOS

O Conselho Comunitário de Segurança Pública de São Pedro da Aldeia realizou nesta quarta-feira (25/04), no plenário da Câmara Municipal, o V Fórum de Segurança Pública Aldeense. A pauta do encontro foi “A Intervenção Federal na Segurança Pública no Estado do Rio de Janeiro e suas consequências para o nosso Município”.

O Presidente do Conselho ressaltou a importância do evento para atender os anseios da sociedade, dando transparência e satisfação na condução dos trabalhos da Intervenção. Nós como cidadãos temos o dever e a obrigação de entender os mecanismos das operações em nosso município, se é que vai ter. Afinal a intervenção não é no Estado? Nós estamos localizados geograficamente dentro do Estado.

Não podemos achar que estamos totalmente seguros porque não estamos! Os índices de criminalidade aumentaram e diariamente acompanho as redes sociais do município e observo diversos casos de assaltos, principalmente os roubos de rua. Sendo assim é necessário estarmos antenados e cobrar das autoridades o papel de cada um dentro do contexto da Segurança Publica

Em sua fala de abertura, o oficial de inteligência da Força Aeronaval de São Pedro da Aldeia, o Capitão de Fragata Rogerdson Silva, apresentou um panorama geral sobre a intervenção federal no Estado, em vigor desde fevereiro deste ano. “É importante deixar claro que a intervenção não é uma iniciativa das Forças Armadas, mas do Governo Federal. Outro ponto importante é que as Forças Armadas não vieram para substituir, mas para contribuir com o papel das polícias. Essa contribuição da esfera militar não tem um cunho meramente operacional, mas de maneira muito mais completa, inteligente e planejada a longo prazo, pensando no melhor para a sociedade, dentro de três principais eixos de atuação: operação, integração e cooperação”, disse.

O Comandante Rogerdson abordou de forma detalhada a atuação das Forças Armadas dentro dos três eixos estruturantes da intervenção federal, destacou o esforço empregado na melhoria do fluxo de informações entre os comandos da área de segurança, incluindo a elaboração de um mapeamento da Mancha Criminal, a importância do treinamento em conjunto, do trabalho integrado e da adoção de uma postura cooperativa entre as forças, além de ressaltar o papel da sociedade no combate à criminalidade. “É natural que a questão da segurança gere muita ansiedade e busca por resultados pela população, mas é preciso esclarecer que as coisas não vão se resolver da noite para o dia e cada um de nós, dentro da sua esfera, tem a sua contribuição para a segurança pública da cidade. Por isso é muito bom termos esse tipo de iniciativa, de abrir um espaço como esse, para que possamos esclarecer, tirar dúvidas e prestar contas do nosso trabalho à sociedade”, declarou.

Para a Coordenadora Estadual dos conselhos comunitários do Estado do Rio de Janeiro e analista criminal do Instituto de Segurança Pública (ISP), a Major Cláudia Moraes, a intervenção federal ainda é muito recente para que seus efeitos possam ser medidos. “Temos pouco tempo de intervenção federal e qualquer conclusão que se chegue no momento é prematura, mas precisamos conversar, fazer perguntas e tentar entender o que está acontecendo e quais foram as condições que nos trouxeram a esse momento. Muitas questões ainda estão sendo estruturadas, nós tivemos troca de comandos e de chefias, mas o trabalho continuou sendo feito e as polícias continuaram na rua. Há muita desinformação na rede, então é importante que a comunidade busque informação nos canais disponíveis, um deles é o Conselho Comunitário”, disse.

A Coordenadora abordou ainda questões como a importância do registro de delitos para a geração de dados e estatísticas, estratégias de prevenção, padrões de criminalidade no Estado e a preocupação com uma possível migração de criminosos para cidades e Estados vizinhos ao Rio de Janeiro, após a intervenção federal decretada. “Na medida em que o governo toma qualquer tipo de ação, naturalmente isso vai gerar efeitos. No entanto, ainda não podemos medir ou atribuir esses efeitos à uma única causa. Quando falamos em segurança pública e criminalidade, nós não estamos falando só de polícia. Há dimensões que não passam somente pela aplicação da lei, são diversas situações que dão sinal da prevenção que pode ser feita antes que o problema aconteça. Por isso, é fundamental que tenhamos espaços como esse para esclarecer a população e trazer informações oficiais sobre o que é essa intervenção. O município está de parabéns por essa iniciativa”, finalizou.

O Comandante do 25ª Batalhão da Polícia Militar, o Tenente Coronel André Henrique de Oliveira enalteceu a importância da integração com as Forças Armadas. “A Polícia Militar está vibrando com essa oportunidade que nos foi apresentada. Hoje vivemos um cenário de crise no país, em especial no Estado do Rio de Janeiro. Diante da realidade de escassez de recursos, hoje a Polícia Militar só sobrevive por conta dessa integração, que para nós é fundamental. Temos buscado parcerias junto à iniciativa privada, Guarda Municipal, Fiscalização de Posturas, Polícia Civil, Judiciário e Ministério Público para que possamos avançar em qualidade, aprimoramento e aperfeiçoamento do serviço prestado à população”, ressaltou. Em sua explanação, o comandante abordou também a realidade vivida pela corporação e suscitou uma reflexão sobre a prevenção ao crime e à violência, citando projetos educativos voltados aos alunos da rede municipal de ensino, como o pioneiro “Policial Militar Cidadão”, realizado em parceria com a Secretaria Municipal de Educação, e o Programa Educacional de Resistência às Drogas (Proerd).

Na ocasião, a Secretária de Segurança e Ordem Pública, Leila Neves, falou sobre o vínculo entre o trabalho dos órgãos policiais e dos guardas municipais, dentro da redefinição das atribuições da Guarda Municipal, prevista em lei. “Hoje, a Guarda Municipal tem atribuições que vão além da proteção ao patrimônio. Tanto que a nomenclatura se tornou Guarda Civil Municipal, de acordo com a lei n° 13.022/2014, onde a Guarda passa a ter também um poder de polícia no município. Dessa forma, a Guarda trabalha conjuntamente com a Polícia, com ações integradas onde cada parte colabora sempre que é preciso. Nós ainda estamos nos adaptando à essa lei, dentro das várias normas e regras. A realização desse Fórum é de grande importância para que todos nós possamos conhecer essa integração a fundo e possamos dar continuidade a esse trabalho, visando a garantia da segurança pública no município”, disse.

A reunião teve a participação do representante do Serviço de Inteligência do Comando da Força Aeronaval de São Pedro da Aldeia, o Capitão de Fragata Rogerdson Fabiano da Costa Pereira da Silva, do Comandante do 25º Batalhão de Polícia Militar, o Tenente Coronel André Henrique, da Coordenadora dos Conselhos Comunitários e representante do Instituto de segurança Pública (ISP-RJ) Major Claudia Moraes, do Comandante da 2ª Companhia de São Pedro, Capitão Amarildo, do Chefe do BPRV (Posto 9), Subtenente Mendes, do Inspetor de Polícia Civil da 125ª DP Willians J. dos Santos, da Secretária de Ordem Pública  Leila Regina Neves, dos vereadores Zezinho, Bia de Guga, Mislene de André, Denilson, Leni e Claudinha.

Participaram também os representantes dos Conselhos Comunitários de Segurança de Araruama, Sueli Lima e de Iguaba Grande Zane Machado, Associações de Moradores (FEMANSPA), Associações Comerciais (ACIASPA), Cruz Vermelha, Observatório Social, representantes de Clubes e serviços, representantes de entidades religiosas e Imprensa local (Jornal Mensageiro dos Lagos e Jornal da Região).

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