Celebramos, no dia de hoje, o centésimo aniversário da Aviação Naval brasileira, pioneira de toda a aviação militar em nosso País. A Aviação Naval no Brasil começou com a criação da Escola de Aviação Naval na Ilha das Enxadas, no Rio de Janeiro, em 1916.
Ainda não se haviam passado 10 anos desde que o 14 Bis de Santos Dumont levantara voo em Paris, em 1906, quando o pioneirismo e o entusiasmo de outro brasileiro, o Primeiro-Tenente Jorge Henrique Möller, impulsionaram o surgimento da aviação militar no Brasil. O jovem militar da Marinha obtivera seu brevê de piloto na França, em 1911, quando o Brasil ainda não contava com instituições de aviação militar, e tornou-se, assim, o primeiro aviador
militar brasileiro. A criação da Escola, cinco anos mais tarde, foi apenas o primeiro passo na trajetória da aviação naval brasileira, que consolidou, ao longo deste século de história, seu componente aéreo próprio, sua tradição e sua indispensável contribuição para a soberania do País. A Aviação Naval contribui para fazer da Marinha do Brasil uma força completa, que tem atuação no mar, no ar e em terra. A importância dessa capacidade interoperacional foi percebida já na Segunda Guerra Mundial, quando componentes aéreos mostraram-se indispensáveis para a condução de operações de guerra no mar, de maneira análoga ao que acontecia em terra.
Ao longo dos últimos anos, a Aviação Naval brasileira consolidou-se não apenas com a formação de pilotos de fibra e excelência, mas também com a aquisição de aeronaves de asas fixas e rotativas, indispensáveis para o cumprimento de sua missão. A Aviação Naval é fundamental para a Esquadra, para o desenvolvimento de nosso País e para a defesa da Amazônia Azul. Somadas aos recursos pesqueiros de nossas águas, as riquezas localizadas na Amazônia Azul elevam o Brasil a um novo patamar de reservas e produção de petróleo e gás natural.
É no marco da proteção desses recursos que a Marinha do Brasil vem aprofundando seus projetos estratégicos, notadamente aqueles que se baseiam no desenvolvimento de tecnologias e produtos de defesa nacionais.
Mas a Marinha do futuro precisa, sempre, lembrar e louvar o seu passado. Os cem anos da Aviação Naval brasileira estarão eternamente gravados nos símbolos que compõem a Medalha e o Selo Comemorativos do Centenário, lançados hoje. Chega também em boa hora o Livro Comemorativo ao Centenário, elaborado pela Fundação Getúlio Vargas, com os subsídios da Marinha do Brasil, que conta, em 10 capítulos, a história
da Aviação Naval brasileira.
Este foi um percurso rumo ao próprio amadurecimento, cheio de desafios e também de glórias, que não poderia ter sido escrito sem sacrifícios e perdas. Faço uma sincera e emocionada homenagem ao Capitão-de-Corveta Igor Bastos, ainda desaparecido no mar após acidente ocorrido em treinamento. Estendo meus sentimentos a
seus familiares e irmãos de farda. Essa lembrança traz a mim o dever de agradecer e cumprimentar enfaticamente todos tripulantes aeronavais brasileiros por seus sacrifícios, por seu profissionalismo, por sua abnegação e dedicação à Pátria.
Parabéns a todos os aviadores que protegem, do ar, a nossa soberania no mar.
Muito obrigado!