Mensageiro dos Lagos

A Natureza Aprisionada

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E eis que se erguem muros de concreto onde só havia muralhas verdes e naturais.

O assentamento antrópico, que ocorre há séculos no Brasil e no mundo, se faz em detrimento à natureza, de maneira artificial e danosa. O ser humano quer se instalar e, para isso, desaloja de seu hábitat seres que se encontram em perfeito estado de equilíbrio entre si e o meio. Obviamente, isso gera desequilíbrio na região circundante, modificando e trazendo prejuízos a todos os seres ali viventes, tanto quanto para o próprio ser humano, o que lhe passa despercebido.

Indiferente a tudo, o homem segue inclusive tomando atitudes em que, em dados momentos, responsabiliza as maiores vítimas, os animais, por “invadirem” áreas residenciais,  quando quem teve realmente a “residência” invadida foi o próprio animal. Em áreas rurais, muitos são até sacrificados por atacar o gado ou a criação de aves, quando a medida correta é acionar o órgão competente para esse fim, dentro daquela localidade. Já em áreas urbanas, os bichos sofrem com acidentes em fios de alta tensão, com atropelamentos, com maus tratos ou com alimentação inadequada às suas espécies, fornecida voluntariamente pelos moradores ou furtada pelos próprios “invasores”, atraídos pela facilidade de obtenção do alimento.

A prática de eliminação desses seres vivos só piora quando estes oferecem algum perigo ou causam medo e/ou aversão nas pessoas, como as cobras, por exemplo. O mais correto continua sendo entrar em contato com o órgão responsável por cuidar da preservação da vida do animal silvestre ou, na falta deste, se puder ser feito com segurança, devolver os animais à natureza, sem lhe causar danos.

Na maior parte das vezes, o prejuízo animal decorre do desmatamento. Aí, as vidas animal e vegetal são dizimadas e quando não atinge grandes proporções, suficientes para modificar o clima, o microclima pode ser  alterado, quebrando o frágil equilíbrio natural, causando, assim, distúrbios nos fenômenos meteorológicos da região afetada.

Outro grave problema resultante de ações irresponsáveis dos cidadãos decorre das queimadas. Esta prática, que destrói  o solo quando realizada sucessivas vezes, também pode destruir áreas legalmente preservadas,  atingindo fauna e flora, com espécies que, muitas vezes, correm risco de extinção.

A questão dos resíduos sólidos urbanos, dos rejeitos industriais, dos perigosos resíduos radioativos e do setor de saúde também preocupam uma boa parcela da sociedade, que tem noção de que o descarte inadequado destes põe em risco a saúde e a segurança da população. Todavia existem aqueles que, displicentemente, se livram de qualquer material, sem maiores preocupações, no primeiro lugar que encontram, sem pensar nas consequências. Saiba que, lixo mal destinado gera enchentes, proliferação de vetores de doenças, contaminação do solo e dos recursos hídricos, entre outros transtornos.

Em vão militantes ambientais, que muitas vezes recebem o título pejorativo de “ecochatos”, entoam seus discursos apaixonados em defesa da sua causa. Mas não encontram ouvidos disponíveis  para esse assunto já tão debatido, porém tão necessário e negligenciado, como se o futuro do planeta não lhes dissesse respeito. Entretanto eu lhes pergunto: onde vivemos? Para se entender melhor essa situação podemos tentar uma associação de idéias onde o planeta seria o imóvel  onde moramos, o único que temos e que está ruindo, tendo sido condenado pela Defesa Civil. Estaríamos correndo o risco de ficar na rua. Mas neste caso ainda poderíamos ficar na casa de parentes, alugar outro imóvel ou, em último caso, na rua mesmo. Contudo, e se o planeta entrar em colapso, para onde iríamos?

Peço que reservem algum tempo de suas vidas para que reflitam sobre o assunto e pensem: que responsabilidades cabem a cada um de nós no que concerne à questão da preservação dos recursos de que ainda dispomos?

Não sejamos tão egoístas a ponto de deixar apenas um planeta estéril para as futuras gerações. Este futuro nefasto pode não estar tão distante assim e dessa geração do futuro podem fazer parte os nossos filhos e netos.

Espero que estas palavras tenham tocado os seus corações no sentido de sensibilizá-los e modificá-los, provocando uma tomada de atitudes.

Então, vamos nos pôr à luta para conservar a nossa casa?

O planeta, sensibilizado, agradece!

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