Neste mundo conturbado e caótico, em que vivemos atualmente, é raro nos depararmos com gestos e atitudes de cortesia e pura sensibilidade de alma. Ao contrário! Violência e corrupção da moral e dos bons costumes são práticas que definem a ordem vigente.
Dificilmente nos deparamos com oportunidades para elogiar boas práticas; pontuais, no dia-a-dia, ou permanentes, em trabalhos assistenciais, que algum bom samaritano exerça, em alguma obra social. Por isso, quando acontecem, viram matéria de destaque em jornais ou qualquer outro veículo de mídia. Infelizmente, são casos que espantam a sociedade por serem exceções, quando deveriam se estabelecer como regra geral.
Estou trazendo à pauta este assunto porque fui testemunha de dois eventos carregados de singeleza e generosidade, ocorridos um pouco antes do Dia das Mães.
Um deles foi de pura doação de alma, quando alunas do C.E. Feliciano Sodré, formandas do Curso Pedagógico, de Formação de Professores, distribuíram flores para as mães que passavam pela rua Dr. Antônio Alves, no Centro de São Pedro da Aldeia. E não satisfeitas com o gesto ainda cantaram, em coro, uma linda canção, próximo ao sinal em frente ao posto Pit Stop. Fiquei sensibilizada com o carinho!
Num momento em que, muitas vezes, vemos jovens perdidos em drogas e brigas nas saídas das escolas, sem nenhuma perspectiva para o futuro, surgem essas generosas meninas, que doaram um pouco do seu tempo para realizar aquela bela homenagem a todas as mães, com um imenso carinho, que emocionou a todos que assistiram. Com certeza devem ter enchido de orgulho as próprias mães!
Outra cena inacreditável foi um jovem garçom, bem jovem mesmo, que observei em um restaurante no Rio, que se dirigiu a uma mocinha, que almoçava sozinha, perguntando: “A senhorita já escolheu?”. Fiquei boquiaberta! Pensei que havia entrado numa brecha do tempo e voltado à época dos bons e velhos costumes, onde o cavalheirismo imperava. Alguém imagina um rapaz se dirigindo a uma moça, nesses termos, nos dias de hoje? Muito difícil, para não dizer impossível. O coitado seria ridicularizado pelos colegas, com certeza, o que é uma pena, pois desencoraja outros gestos iguais.
E eu nem pediria tanto às pessoas, apenas um pouco mais de educação nos seus quotidianos. Menos brigas e mais noção de que todos têm iguais direitos e uma parcela do espaço habitado do mundo destinada a cada um.
Parece que, cansados das verdadeiras guerras urbanas, que são travadas diariamente, uma pequena parcela da juventude atual ensaia uma volta aos tempos em que a boa educação se aprendia em casa e na escola, com profundo respeito aos mais velhos e aos professores. Oxalá seja verdade!
Ficam aqui registradas, então, essas bonitas ações, que merecem o nosso aplauso, pois são exemplos que podem e devem ser copiados por todos, sem exceção.