Estamos (nas fotos) no ITHAY, ou Itaim, pântano formado pelos rios Papicú e Godinho, e que vão formar o Una.
A situação é trágica:
Áreas alugadas à AGRISA estão tomando conta da zona rural de São Pedro da Aldeia, áreas onde antes eram de lavoura branca ou de gado, hoje estão tomadas por cana-de-açúcar.
Já tivemos contaminação do Una, em Cabo Frio pela vinhaça, agora temos pessoas se queixando que fazendeiros estão colocando diesel queimado no solo para causar queimadas, e ficar mais fácil fazer o gradeamento. Não vi lançarem o diesel, mas vi o solo queimado que aparece nas fotos. Vi as grandes extensões de cana-de-açúcar, que todos sabem tem um manejo bastante exigente e que depaupera o solo, além de estar contaminando as nascentes do rio Una.
Já em outubro pedi à SECRETARIA DE AMBIENTE que verificasse o que está ocorrendo, mas até agora não tivemos interdição desta atividade predadora, sem licença ambiental, sem outorga do uso da água, sem conhecer o manejo que deve ser obra de estudo de impacto ambiental, visto que as áreas atingidas devem ter aproximadamente mais do que dois mil hectares, e porque não estão respeitando as faixas marginais de proteção dos córregos e canais que deságuam no Rio Una.
O Una, por sorte, surge dentro de uma fazenda que está desenvolvendo legalmente a extração de areia, e que respeita a faixa marginal de proteção, e mantém a vegetação ciliar e as reservas legais intactas. Mas no outro lado a FMP desaparece em função do plantio até sua margem.
Já houve denuncias sobre estes plantios de cana junto a Lagoa de Juturnaíba, porque também lá não respeitaram a FMP, e então o que ocorre é muito pior, pois é a água que bebemos, e que pode desaparecer como desapareceu o rio Paraíba!
O plantio de cana de açúcar depois de acabar com as áreas de Cabo Frio vem agora detonar as florestas e recursos Hídricos de São Pedro da Aldeia e Araruama.
Estamos aguardando, e peço sinceramente aos proprietários que estão alugando suas áreas, e que são coresponsáveis por qualquer crime ambiental que lá venha a ocorrer, repensem o que estão fazendo.
Não existe dinheiro que pague a saúde ambiental da nossa São Pedro da aldeia.
Queremos saber onde está a outorga (pagamento pelo uso da água) e a LICENÇA AMBIENTAL.