Barragem de Juturnaíba 3 – Dados sobre a Bacia Hidrográfica

DADOS SOBRE A BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO SÃO JOÃO E A LAGOA DE JUTURNAÍBA

Uma bacia hidrográfica é formada pelo conjunto de rios, lagoas, pântanos, nascentes e áreas de recarga que juntos tornam todo um ecossistema hídrico interligado onde existem partes mais altas onde é coletada a água e partes mais baixas por onde a água corre ou se acumula. Em períodos de muita chuva ou de tempestades intensas estas partes mais baixas, são inundadas, a partir das margens dos rios, córregos e das lagoas e pântanos que eles formam.

Em janeiro de 2016 choveu intensamente à montante (acima) da bacia, a lagoa ficou plena, e já os rios demonstravam extravasar e causar algumas inundações. Na primeira semana de março voltou a chover torrencialmente, foram 286mm, em um dia, e então tivemos uma grande inundação. Essa área inundada está contida no que é denominada de planície de inundação da bacia. É uma área superior a área das margens, e sua ocorrência é rara, mas quando ocorre causa bastantes perdas. Por sermos uma área plana, as perdas são mais perdas materiais, e menos perdas humanas, mas mesmo assim elas acontecem.

Os desmatamentos e as ocupações de margens (faixas marginais de proteção) denominadas áreas de preservação permanente, facilitam a inundação, pois sem vegetação para conter as águas os rios se tornam canais de águas que podem atingir grande velocidade em dias de tempestade. A preservação das bacias hidrográficas tem por objetivo, criar condições de recarga de águas, e também proteger a população das inundações.

No caso especifico do reservatório de Juturnaíba, o controle e abertura das comportas para liberar a inundação pode ter desagradado as populações que estavam a jusante (abaixo) da barragem.

Abaixo mostramos o esquema de uma bacia hidrográfica, e logo depois as fotos que tiramos da planície de inundação da bacia do rio Bacaxá de pois de chuva intensa nas montanhas onde estão suas nascentes. Abaixo mostramos o esquema de uma bacia hidrográfica, e logo depois as fotos que tiramos da planície de inundação da bacia do rio Bacaxá de pois de chuva intensa nas montanhas onde estão suas nascentes.

Foto: Fonte: Heat, R. Hidrologia Básica de Águas Subterrâneas.United States Geological Survey Water Supply Paper 2220

 

No caso especifico da Bacia do Rio São João, temos a nascentes localizadas nas encostas da serra do mar a partir de cachoeira de Macacu, Rio Bonito, Silva Jardim e Casimiro de Abreu, incluindo aí a da Serra do Sambê (Rio bonito) por onde nascem e correm os rios Capivari que vai desaguar na Lagoa de Juturnaíba, e os rios Aldeia Velha, Águas Claras, Embaús, Pirineus, Maratuã que vão se lançando no próprio São João. Por outro lado, temos os Rio do Ouro e Salto D’água e percebemos a Serra Castelhana entre Rio Bonito, Araruama e Saquarema, por onde nasce e corre o rio Bacaxá até encontrar a Lagoa de Juturnaíba.

No caso especifico da Lagoa de Juturnaíba, a sua ampliação permitiu que toda esta água que desce fosse colhida pela lagoa, e a armazenasse em épocas de estiagem, fazendo ainda através da sua escavação a drenagem de terrenos que antes estavam inundados e que agora secos poderia servir a agricultura.

Acima e abaixo da barragem onde o pântano era mais denso o rio São João, foi retificado para sendo mais profundo contivesse as águas nos tempos de chuva e permitisse a agricultura. No caso especifico da bacia do Rio São João, temos a nascentes localizadas nas encostas da Serra do Mar a partir de Cachoeira de Macacu, Rio Bonito Silva Jardim e Casimiro de Abreu, incluindo aí a da Serra do Sambê (Rio Bonito) por onde nascem e correm os rios Capivari que vai desaguar na Lagoa de Juturnaíba, e os rios Aldeia Velha, Embaús, Pirineus, que vão se lançando no próprio São João. Por outro lado, temos a Serra Castelhana entre Rio bonito, Araruama e Saquarema. Por onde nasce e corre o rio Bacaxá até encontrar a lagoa de Juturnaíba.

“O extinto Departamento Nacional de Obras de Saneamento – DNOS, através de programa coordenado pelo Ministério do Interior, realizou obras de retificação no leito do rio São João e de construções de canais e valas de drenagem, a partir de 1974. O Lago de Juturnaíba, que era alimentado apenas pelas águas dos rios Capivari e Bacaxá, passou a represar também as águas do rio São João, com a construção da barragem em 1980/84, a área do lago, que era de 8 km², passou a ter cerca de 43 km². A partir da construção da represa, as águas do rio São João passaram a abasteceras cidades de Armação dos Búzios, Araruama, Arraial do Cabo, Cabo Frio, Iguaba Grande, Saquarema, São Pedro da Aldeia, além de Casimiro de Abreu, Silva Jardim e parte de Rio Bonito” (NORONHA, 2009).

Estes três juntos e seus pequenos afluentes vão formar o Lago de Juturnaíba, que hoje com 43K m² de área, serve de reservatório para toda a Região dos Lagos. O reservatório é drenado pela continuidade do Rio São João, que desce em plataformas (na época da dragagem pensadas como plataformas para o plantio de arroz na região), e vai formar uma imensa planície que desagua no Oceano Atlântico entre Cabo frio e Casimiro de abreu respectivamente nos distritos de Tamoios e Barra de São João. A Bacia do Rio São João toda tem a área de 2180Km². A bacia integral compreendida pelo Comitê de Bacia Hidrográfica Lagos São João que inclui as sub bacias do rio São João, da Lagoa de Saquarema, do Rio Una, e da Lagoa de Araruama, com uma população fixa de acordo com o IBGE 2010 de 704.360 habitantes.