Na tarde do último domingo, dia 7 de abril, numa ação desastrosa, desumana e incompetente, militares do exército do Rio fuzilaram um carro que passava pelo local onde estavam. Nele se encontravam o músico Evaldo Rosa dos Santos, de 46 anos, que morreu, e familiares: sua esposa, o padrasto desta, que também ficou ferido, o filho do casal e uma amiga. Um catador de lixo, que tentou ajudar as vítimas, também foi atingido e encontra-se em coma no hospital. O triste saldo dessa tragédia foi um morto, dois feridos, um gravemente, e muita dor para toda uma família.
Sempre pensei que, mesmo em sistemas políticos que adotam a pena de morte, um julgamento justo e imparcial era o que qualquer cidadão mereceria, até porque condenação à morte é algo definitivo demais. Agora pasmem: neste país, que não adota como pena a morte de qualquer condenado, é facultado às forças policiais alvejarem, sem prévia verificação, qualquer transeunte que lhes passe pela frente. Isto significa que tais criaturas da “lei” estão se auto-conferindo a incumbência de julgar e condenar gente inocente à morte, em poucos segundos, sem prévio contato com as vítimas.
O que dizer de tal absurdo? Como nos proteger na próxima vez que nos dispusermos a fazer um simples e inocente passeio de automóvel?
Parece que, de agora em diante, nossa preocupação e cuidados terão de ser redobrados, pois não mais teremos apenas bandidos a nos ameaçar; o perigo agora provém também daqueles que deveriam nos “proteger e servir”.
Será que não é óbvio que esse tipo de repressão à violência só gera mais violência? Essas atitudes truculentas, baseadas no achismo (os militares “achavam” que era uma carro roubado), não obtêm nenhum resultado positivo na tentativa de diminuir a violência. O efeito é justamente o contrário da intenção.
Infelizmente, só nos resta, por hora, protestar com veemência e exigir das autoridades atitudes mais enérgicas diante de fatos insustentáveis como esses.
Que Deus proteja a todos nós!
Foto:
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Fonte:
https://www.hojeemdia.com.br/primeiro-plano/policiais-ficaram-de-deboche-diz-mulher-de-m%C3%BAsico-morto-em-carro-metralhado-1.706025