QUANTO VALE UM MUSEU?

Foto de Dalva Mansur. Múmias de Tamoios encontradas em são Pedro da Aldeia, que estavam no Museu Nacional.

 

Vale a história de um país? Ou a vida de um povo?

O que devemos dizer de uma história que não se guarda, a si própria, professores que não professam sua preservação, ambientes sociais hostis ao que toda a humanidade entende como Cultura.

O incêndio do Museu Nacional foi o oitavo incêndio em bem culturais mantidos por aquela que já foi a maior universidade do pais. É ali que educação e cultura se juntam para formar uma nação. Mas parece que não é assim que a Universidade do Brasil entende o seu papel. Tornou-se um bem político alvo de negociações e disputa de poder pela esquerda revestida de intelectualidade falsa e interesses mantidos pelos pequenos poderes. O desprezo pelos bens culturais da universidade é tão grande quanto o desinteresse nos currículos de formação universitária.

Desde 2011, pegaram fogo como resultado de falta de manutenção a Capela da Reitoria (Praia Vermelha), Hospital Universitário (Fundão), a Própria Reitoria e parte da Fac. de Arquitetura (Fundão), a Faculdade de Letras (Fundão), o Alojamento dos estudantes (Fundão), um Centro Cultural (Lapa) e agora o Museu Nacional (Quinta da Boa Vista ).

A promoção de movimentos de cunho politiqueiro parecia maior do que o interesse nas aulas. Interesse nenhum havia na preservação dos bens maiores da universidade que são o Saber e as diversas formas de o demonstrá-lo através dos seus currículos e do cuidado com seus centros de ensino.

Bens ricos na arquitetura, porém crivados de gatos e gambiarras, resultado da falta de responsabilidade com os bens públicos em poder e gestão da Universidade. Consequências da falta de comprometimento e responsabilidade social de seus gestores.

Falta também de responsabilidade na aplicação de verbas e projetos, voltados para a temáticas escatológicas, tão ao gosto do socialismo tupiniquim como forma de dispersar a atenção da população para não perceber que fatos maiores e mais importantes estavam acontecendo. Por fim o fogo, se mostra como indicador do desprezo pelos bens culturais gerado em doze anos de má administração.

Resultado de escolhas erradas! Estamos, neste momento, desprovidos de nossos valores históricos, lembranças de um passado de glórias que este pais já viveu onde um imperador ético e honesto governou por sessenta anos, trazendo sempre o melhor da cultura e da tecnologia de sua época para este país. E agora o fogo queima o palácio, que nos lembrava momentos de gloria da nossa história e da nossa arquitetura.

E então descobrimos, que um museu vale muito mais do que um prédio, um museu é o repositório do saber, e mesmo quando queimado pelo fogo, um museu vale a forma de como mostrar para todos o próprio caminhar da sociedade que o mantém.