Alguém já refletiu sobre a ideia de que as religiões são próprias dos homens e nada têm a ver com a Lei Divina, cuja palavra é uma só?
As diferentes formas de cultuar a Deus são resultado de dois traços inerentes à personalidade humana, desde o aparecimento desta, no início dos tempos: em primeiro lugar a dissidência entre si e em segundo, a busca pelo poder.
O primeiro ocorre no íntimo daqueles que querem fazer valer a sua ideologia, sobrepujando a do próximo.
Discordâncias de ponto de vista são uma constante entre os seres humanos, que valorizam mais as diferenças do que os objetivos comuns que, em se tratando de religião, são a elevação espiritual e o bem da humanidade. E, no calor dessa questão, não percebem que o mais importante está na união de forças em prol e benefício de todos os filhos de Deus, com vistas ao pleno desenvolvimento espiritual de cada um.
O que foi anteriormente exposto parece algo inofensivo, porém temos que levar em consideração que guerras sangrentas já foram deflagradas apenas por existirem ideologismos discordantes, entre povos vizinhos ou dentro de uma mesma comunidade.
A segunda característica humana, tão ou mais preocupante do que a primeira, refere-se à busca indiscriminada e obstinada pelo poder, a dominação do mais fraco pelo mais forte, que provem do inicio da criação. É uma relação de exploração que gera as enormes desigualdades sociais, espalhando miséria e sofrimento pelo mundo. Mas, no caso específico das religiões, essa dominação envolve a vulnerabilidade das pessoas e a sua fé. Propaga-se a falsa noção de que é preciso um mentor ou um orientador espiritual para a salvação da alma, quando, na realidade, é um processo individual, que apenas necessita do autoconhecimento. Isso se traduz na famosa máxima “Conhece-te a ti mesmo”! Porem, é essa manipulação da ingenuidade alheia que move a tão comentada “indústria da fé”, que é altamente lucrativa!
Em nome de Deus, inúmeras atrocidades foram cometidas contra a humanidade e é preciso bom senso na hora de escolher uma instituição religiosa para professar a sua fé. Através dessa instituição você pode praticar a caridade, mas para rezar, orar, basta um lugar tranquilo e uma mente relaxada e comprometida com a fé. Lembrem-se: Deus é Onipotente (tudo pode), Onisciente (tudo sabe) e Onipresente, isto é, encontra-se em todos os lugares, inclusive dentro de nós. Para se fazer uma boa oração apenas necessitamos mergulhar no fundo de nós mesmos, com toda a sinceridade.
Então procurem suas formas próprias de encontro com o Divino e deixem o coração falar mais alto. Reflita sempre sobre o que é certo ou errado. Aja com consciência e você saberá que está no caminho certo. E pratiquem sempre a caridade porque, fora dela, não há salvação.
Desejo que todos usufruam da Paz da Cristo e que Deus os acompanhe!
Um abraço fraternal!