A América Para os Americanos?

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Engraçado como as pessoas têm memória curta ou se fazem de inocentes.

O Presidente Americano, Donald Trump, decretou, nos EUA, um veto temporário à imigração de refugiados e de cidadãos de sete países de maioria muçulmana, veto esse que foi bloqueado pela justiça, que recebeu processos de dois Estados americanos contra essa medida extremada do novo governo.

O que nos parece, segundo esse veto, é que há uma seleção daqueles que são bons o suficiente para entrarem no país. Isso se não se evoluir para uma nova segregação, dentro dos EUA, como a segregação racial, de alguns anos atrás, motivo de aprovação de alguns cidadãos brancos “americanos” e de vergonha para outros, brancos “americanos”, sem preconceito e que não aprovavam tais medidas.

Mas a pergunta que urge ser feita pelos defensores dos direitos civis igualitários é: quem, verdadeiramente, pode ser chamado de americano de origem? Será que o Sr. Trump pode se atribuir o direito de cidadão mais qualificado para se considerar americano legítimo e de origem? E por falar de origem, quem são os antepassados desse cidadão tão polêmico e novo Presidente estadunidense?

Numa pesquisa recente constatei que, mesmo o atual Presidente Americano não admitindo, tem origem alemã. Seus avós paternos, Friedrich e Elisabeth Trump, eram originários de uma pequena cidade alemã chamada Kallstadt, do Estado da Renânia-Palatinado. Cabe recordar que durante a Primeira e a Segunda Grandes Gerras eram os alemãs e não os muçulmanos que sofriam preconceitos raciais. Entretanto, sendo ele de origem alemã ou mesmo se fosse descendente dos colonizadores ingleses, teria realmente o direito de impedir o acesso ao país, de imigrantes, apenas baseado em suas crenças religiosas?

Mas quem pode se considerar habitante original das terras do Novo Mundo, desvendadas pelos intrépidos navegantes, pioneiros das Grandes Navegações, ao se lançarem na busca por novos mares e continentes? Como se poderia, de maneira justa, devolver as terras americanas aos seus verdadeiros donos?

Bem, para que a América voltasse a ser unicamente dos americanos precisaríamos navegar na contramão dos Grandes Descobrimentos”, dos séculos XV e XVI, e enviarmos de volta os “descobridores” do novo mundo. Ah! E ressuscitar milhões de indígenas, de diversas civilizações, algumas avançadas para a época, como os Astecas por exemplo, quase todas exterminadas pelos, não descobridores, mas antes invasores portugueses, espanhóis e ingleses. Porque a América, meus caros, não era dos caucasianos. A América original era dos peles vermelhas, dos nativos de pele escura.

Muito mais vítimas causou o colonialismo e o neo-colonialismo, do que anos de ataques terroristas ao longo da história. Civilizações indígenas que se espalhavam por todas as Américas tiveram suas populações arrasadas, suas culturas desrespeitadas e seus templos profanados por esses ditos colonizadores. Chamavam os habitantes desse novo mundo de selvagens, mas foram eles que praticaram toda sorte de atos de selvageria e vandalismos contra essas civilizações, que não tiveram chance contra esses saqueadores vorazes. Saqueadores, sim, em busca de ouro e prata.

Essas populações de nativos ficaram reduzidas a uma ínfima parte do que eram originalmente. Suas terras, antes a América na sua totalidade, ficaram reduzidas a Reservas Indígenas, como um parco prêmio de consolação.

E então? Será que o Sr. Trump ainda gostaria de insistir na ideia de que a América é para os americanos? Para isso há necessidade de se definir quem são os americanos de direito. E esse, creio, é um assunto que ele e muitos não gostariam de discutir.

Tomemos por lição estas palavras e tratemos de incutir mais tolerância em nossas vidas. Gestos de arrogância não levam a nada, principalmente quando não se tem base firme para se iniciar um debate e questionar direitos!

Bons ventos nos levem por mares mais calmos e por águas mais verdejantes!

Fonte de pesquisa: www.opiniaoenoticia.com.br