QUEM É A MULHER QUE PASSA?

Nesta semana de mulheres sofridas e mulheres felizes, eu pergunto a vocês: Que tipo de mulher é aquela que passa pela rua levando consigo todas as outras mulheres?

Não é mais a menina que acreditava em historias de fadas madrinhas… agora ela é a sua própria madrinha.

Mas para onde ela vai?

Será que ela tem pressa de chegar ao trabalho? Ou vai correndo buscar os filhos na escola?

Será que ela hoje de manhã contou moedas para pegar o ônibus, ou abriu com o controle remoto o seu carro do ano, com ar refrigerado para chegar ao seu destino com a maquiagem e o cabelo impecáveis?

Todas, mas todas mesmo, carregam consigo os maridos que não as entendem e, as vezes. até invejam a capacidade de fazer três coisas ao mesmo tempo enquanto fala ao telefone.

Pluriapta, formada, pós-moderna, digitalizada, ela vai rompendo seu caminho como os antigos desbravadores de oceanos, que não sabiam o que se escondia depois dos mares tenebrosos. Mas ela chega, muitas vezes com sua capa de super-heroína meio rasgada, amarfanhada, descabelada, mas chega.

Empunha sua espada cor de rosa e grita, cheguei!

Mas onde, onde afinal será este novo mundo ao qual ela deve chegar, qual será afinal o exemplo que ela vai deixar para suas filhas e filhos.

Ninguém lhe disse como fugir do assédio, encontrar trabalho bem remunerado, ou fazer chazinho para cólicas do bebê.

Mulher não vem com manual de operação, e por isso, confusas, algumas se desviam pelo caminho ou retrocedem usando recursos mais tradicionais. Algumas retrocedem e preferem se recolher, mas mesmo assim lutam no seu pequeno mundo para manter a vida em ordem e transferem seus sonhos para a realização pelos seus filhos e filhas.

Mas hoje não! Hoje todas estão lindas e fortes estão comemorando o seu dia.

Dia que remete a inúmeras mulheres que morreram lutando por justiça no trabalho, pelo direito de serem respeitadas e ocuparem um espaço por opção e não por obrigação.

Mulheres que lutaram por votar e serem votadas, por amar e serem amadas e por continuarem ser cada vez mais, simplesmente, mulheres.