Atualmente, algo está deixando o brasileiro desconfortável. Além do que já é normal, é claro. Já vai longe a época em que nos sentíamos, nos períodos eleitorais, orgulhosos dos nossos candidatos de preferência. E já nem precisaria tanto. Que, pelo menos, tivéssemos opções decentes de escolha nessa hora.
O que tenho notado de uns tempos para cá é que vem se tornando cada vez mais difícil, quase impossível, a escolha de um candidato numa eleição. Não acreditamos mais que promoveremos mudanças a partir das urnas.
Depois das denúncias no Ministério Público nos últimos anos, que culminaram nas operações mais conhecidas da Polícia Federal, como “O Mensalão” e a “Lava-Jato”, para não falar as de menor vulto ou as menos conhecidas ou comentadas, envolvendo o cenário político nacional e quase todos, senão todos, os partidos, cabe comentar que se tornou uma tarefa dificílima escolher alguns dos parlamentares que sobraram e que ainda sejam elegíveis. Principalmente porque não sabemos se sobraram porque são honestos ou porque são mais espertos. Eu já acredito na segunda hipótese, isso porque honestidade é um bem raro nesse meio tão controverso que é o político.
O que concluí disso tudo, e que se tornou o meu lema para as próximas eleições e todas as outras, é que não importa quem assuma as cadeiras do executivo ou do legislativo. Eles foram eleitos para administrarem ou legislarem em um Município ou Estado, ou mesmo, em âmbito Federal, de maneira competente. E eles são pagos com os nossos impostos, portanto, servem a todos nós, e como nós, também, estão sujeitos às leis, tendo que seguir normas e regras. Então, o que precisamos fazer, que ainda não fizemos? Ora, fiscalizar todas as ações do poder público. E isso tem que se tornar um hábito. Não se pode deixar que deem um passo sem que prestem contas à população.
O que aconselho a todos vocês é que não contem com um único candidato como se este fosse salvar a Pátria e nos livrar da doença endêmica que assola esta nação: a corrupção. Não esperem um grande herói ou um salvador dos “fracos e oprimidos”, como aqueles da literatura ou dos filmes, que chegam na última hora e salvam o mundo. Não acontecerá assim. Quem pode salvar, não o mundo, mas este país, somos todos nós.
Primeiramente, mudando as nossas atitudes. Temos que nos livrar da cultura do egoísmo, como tão bem expressada no seguinte ditado popular: “Farinha pouca, meu pirão primeiro”. Temos que pensar na coletividade, na sociedade como um todo. Como podemos querer que nossos políticos, que nascem em meio a todos nós, portanto pensando como todos os demais, que trabalhem em prol do povo se eles, como todos os brasileiros, se preocupam apenas em atender aos próprios desejos, interesses e necessidades e as dos seus familiares e amigos? Não é dessa forma que pensamos? Cobramos dos políticos o que não conseguimos mudar em nossos próprios comportamentos, pois é assim que somos.
Em segundo lugar, precisamos deixar de lado o nosso comportamento passivo e até – por que não dizer? – preguiçoso na hora de contribuirmos socialmente . Não somos tradicionalmente um povo participativo. Deixamos tudo ao encargo dos outros. Temos o costume de delegar medidas e atitudes. Eu posso comentar essa faceta da nossa sociedade com conhecimento de causa porque participo de conselhos municipais e comunitários há quase quinze anos e poucas são as pessoas assíduas às suas reuniões ordinárias mensais. Ora, se a população não faz nada, não se mexe, não sai da sua “zona de conforto”, como espera que as coisas aconteçam? Num passe de mágica?
Sim, existem cidadãos participativos, que fazem a diferença, mas poucas vozes não são ouvidas. Precisamos entoar um coro nacional, onde toda uma nação irá clamar pelos seus direitos e exigir que se cumpra a nossa Constituição.
É fazendo valer os nossos direitos que vamos consertar este país e, para isso, temos que arregaçar as mangas e trabalhar em prol de todos nós, para que se crie uma nova sociedade, mais justa, participativa, honesta e lutadora incansável na busca do bem comum!
Estaremos lado a lado nessa luta, pois só com união, muito trabalho, honestidade e nova maneira de pensar é que mudaremos esta nação e que deixaremos, como legado, para o “país do futuro”, um futuro melhor!